Ansiedade Feminina

Ansiedade Feminina

Lideramos como o país que mais sofre com ansiedade e depressão no mundo. Um cenário que ganhou ainda mais relevância com a pandemia da Covid -19, mas que desde 2017 já contabilizava o maior índice de pessoas com transtorno de ansiedade.

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Segundo a OMS ( Organização Mundial de Saúde), são mais de 19 milhões de brasileiros que sofrem com os prejuízos provocados pelo transtorno de ansiedade generalizada. E o que preocupa ainda mais, é saber que existe uma estimativa de que até 2030, a doença se torne a mais comum do mundo, atingindo mais pessoas do que qualquer outro problema de saúde.

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A ansiedade é caracterizada principalmente pelo excesso de preocupação projetado para o futuro, ansiedade exagerada pelo o que pode acontecer, criando pensamentos catastróficos imaginários que muitas vezes acabam nem acontecendo, mas que geram prejuízos físicos e emocionais reais.

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O que poucos sabem, é que entre adultos, as mulheres tem duas vezes mais chances de desenvolver a doença do que os homens. É o que revelou um estudo da Universidade de Cambridge, realizado a partir da análise de mais de mil artigos e pesquisas sobre ansiedade e depressão publicados desde 1999.

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Entre as mulheres 42% sofrem com o transtorno, entre os homens o número cai pela metade 29%. Mas o que contribui para a mulher liderar o número de casos de ansiedade? 

A incidência no sexo feminino se deve a vários motivos. Entre eles, o fato de viver em constante estado de alerta em relação a diversos fatores comuns enfrentados no dia a dia.

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O papel social das mulheres é um dos fatores importantes. A dupla jornada e rotina com tarefas domésticas, filhos, bem como a responsabilidade paralela com a atividade profissional, aumentam o stress e ansiedade gerada pelo acúmulo dessas funções. Além disso, do ponto de vista biológico, também se avalia a hipótese das variações hormonais enfrentadas pelas mulheres ao longo da vida. Desde a puberdade, que persiste durante toda a vida reprodutiva da mulher, até a fase da gestação onde muitas mulheres sofrem com a depressão pós-parto e seguida pela menopausa.

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São fases de desequilíbrio hormonal que afetam diretamente o estado emocional da mulher. Não podendo esquecer o fato, de que as mulheres são muito mais emocionais do que os homens e lidam com diversas emoções nas múltiplas tarefas assumidas, o que aumenta ainda mais probabilidade da incidência da ansiedade e depressão. E por último, mas não menos importante, a óbvia fonte de tensão enfrentada por muitas mulheres, como a violência doméstica (moral e física), o assédio sexual nas ruas, nos transportes públicos, no trabalho (também sofrido majoritariamente por mulheres, segundo pesquisas) e a pressão psicológica criada pelos múltiplos papéis impostos à mulher nos diferentes cenários.

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Ao mesmo tempo em que coloca as mulheres em alerta, estes fatores também oferecem a chance de refletir sobre a necessidade de mudar este cenário.

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O ponto de partida, é a  tomada de consciência de que é possível reassumir o controle dos estados e resgatar a saúde emocional para uma vida com mais qualidade e liberdade.

Além das terapias tradicionais e diversos recursos terapêuticos disponíveis para ajudar a lidar de uma forma diferente com as situações estressoras externas, é possível reaprender com seus próprios recursos internos, a resgatar o seu estado de calma e o gerenciamento emocional.

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Alguns apontamentos são fundamentais para ajudar neste processo:

  1. Assumir que você não é mulher maravilha. E que “está tudo bem” se não der conta de tudo. Você é humana. E humanos erram, falham e acertam também. Aceite suas limitações e acolha.
  2. Viva o presente! Coloque atenção no que você pode fazer “agora”.
  3. Perceba o quanto desta ansiedade gerada, tem de pressão externa e o quanto é pressão interna, criada e imposta por você mesma.
  4. Perceba qual o filme que você está criando internamente na sua mente sobre o futuro? O quanto isso tem a ver com suas próprias crenças e com o modo como você aprendeu a falar consigo mesma e a se autocobrar?
  5. Controle e redefina a forma como vive o dia-a-dia. Separe o que você tem controle do que você não tem controle. Planeje o seu dia, definindo o que depende de você e como poderia influenciar o que não depende de você.
  6. Pratique algum exercício físico (caminhada, pedaladas), realize exercícios de respiração pelo menos 3X ao dia, escute a sua música preferida, celebre suas vitórias, mantenha o pensamento no agora e viva o seu bem estar a cada minuto.
  7. Não existe nada mais importante na vida, do que se sentir bem! E essa é uma responsabilidade de cada um.
  8. Liberte-se da prisão emocional.
  9. Permita-se autoconhecer e promover mudanças internas profundas, através das terapias convencionais, e das complementares como a hipnose clínica e comunicação generativa.
  10. Peça ajuda! Este é o primeiro passo, mais importante no processo de mudança, o querer mudar.

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